sexta-feira, 26 de março de 2010

VIVA O ROCK!


Parei para ouvir Legião Urbana - banda de rock dos anos ’80 -, relembrei grandes sucessos do rock nacional - prefiro nossas músicas a enlatados norte americanos.
Eu estou em tempos difíceis: meu carro quebrou, atrasou meu pagamento, e a critica pegou pesado comigo (claro que injustamente).

Percebi que o Renato tinha mesmo razão: Por que às vezes é mais forte quem sabe mentir?

“Viajar” no rock foi relembrar a adolescência e inicio da juventude: eu tocava bateria, e era “super punk”. ‘Viajar no rock’, foi reviver aquela fase da juventude que, mais ou menos temos responsabilidade, e acima de tudo, foi relembrar dos amores da vida, coisas que deixamos para trás quando crescemos. Aí vem as contas, os filhos, o carro quebrado e uma divida inesperada.
Acho que envelhecer é isso: deixar para trás indevidamente, as coisas boas da juventude, e depois só viver de saudades. Mas eu não quero deixar nada para trás, não quero ‘encaretar’, não quero envelhecer. Tenho os meus compromissos, mas não vou largar a minha juventude. “Podem até maltratar meu coração, porque meu espírito ninguém vai conseguir quebrar”.
O tempo trás mais do que experiência, trás também novas oportunidades. Alias essas coisas, só são possíveis, em minha opinião, graças às aventuras vividas em outras épocas.
Ah o tempo! Senhor das razões humanas. Que concerta tudo. Ou às vezes se torna um intervalo, longo, e que uma hora tem que ter um fim, porque o espetáculo - da vida - deve continuar.

O tempo pode levar tudo de nós, mas não pode matar os nossos sonhos. Afinal, "somos tão jovens".

Homenagem a Renato Russo que completaria 50 anos em 27 de março.
Renato Manfredini Junior *1960 _ +1996

terça-feira, 23 de março de 2010

Na pacificação forçada


Quantas coisas foram vistas e o que aprendemos!!
Deixe a porta do quarto aberta . Já não faz diferença, porque é tudo lembrança. Lembrança de um tempo de felicidade.

Minhas mãos trêmulas e a voz pausada virou detalhe imperceptível, e você não me vê mais no reflexo dos seus olhos...
...É porque não estou mais dentro do seu coração.

Desejo muita paz e força neste mundo absurdo e complicado, onde agente se perde sem notar, caminhando com nossas pernas.

Hoje vejo claramente o que antes não quis ver. E quantas coisas foram vistas, e o que aprendemos?

Sigo você de longe na pacificação forçada por nós, nós dois revolucionários de nossas próprias vidas.

sábado, 13 de março de 2010

A VIDA CONTINUA


As dores de cabeça não passavam. Já havia uma semana. O Doutor Alexandre pediu vários exames e nada foi constatado. Meus familiares estavam apreensivos, todos como eram de se esperar, estavam preocupados. Nessas horas passa um filme na cabeça da gente. E esperar é a pior coisa e a única que podemos fazer.
Um mês depois: Sabe como é a saúde publica? Recebo os exames e nada constatado. Novos exames são pedidos, e o Doutor me disse: “Suspeitamos de uma ‘caucificaçãozinha no cérebro’”. – Doutor, meu tio morreu com “calcificação no cérebro”. Vamos ser sinceros?
- Suspeitamos de um Câncer. Foi a resposta dele.
A minha preocupação não era comigo, mas como iria dizer para minha esposa e meus pais?
“Com tanta coisa pra fazer, tantos planos e, de repente, posso não ter tempo”.
Não sou muito de orações. Mas acredito na existência de um Deus que olha por nós. Tarde de chuva, como todas as outras, passo em frente à capela de São Benedito, que fica no meio de uma praça. Minha curta história passa diante de mim em um segundo:
- Meu Deus, eu posso morrer! Ainda não estou pronto.
Minhas lágrimas se confundem com os pingos de chuva. Foi uma confissão de peito aberto!
Os dias a seguir passaram com a velocidade de anos.

E em um único dia nasci de novo duas vezes:

- Sua tomografia deu negativa. Disse minha esposa emocionada, e completou: - você vai ser papai.

sábado, 6 de março de 2010

MAIS DO MESMO


Fui aconselhado por um professor amigo meu, a postar mais uma vez em meu blog, este texto. Segundo ele, o que faltou foi uma foto da minha “inspiração”.
É como me disse uma amiga: “O excesso de uma coisa boa pode ser maravilhoso”
Texto publicado no jornal ‘Folha de Londrina’ dia 03/03/10

Capacidade de mudar
Chego em casa, já é pouco mais da meia-noite. Minha esposa está deitada no quarto do meu filho, tentando o fazer dormir. Sem sono (e sem fome), vou para a cabaceira da cama e começo a ler MENINAS DA NOITE (um livro do jornalista Dimenstein que fala sobre a prostituição infantil).
Lá pelas tantas da noite sou interrompido por um “pingo de pessoa” todo de azul, cutucando o meu pé e, como quem quer puxar assunto, me diz com um sorriso do tamanho do mundo: “Oi”?
Aquele ser de pouco mais de um metro (pelo menos eu acho que ele tem mais de um metro), tira toda a minha atenção. Bom, ele foi até meu quarto pra conversar, então tudo que vê aponta como se fosse novidade para nós dois: cortina, quadros, barata morta, fotos (sim, havia uma barata recém ‘defunta’ no canto do quarto), meu tênis, exatamente tudo. Não satisfeito, meu filhote resolve subir na cama, nessas alturas já parei de ler faz muito tempo, e não me lembro mais nem em que página estou.

Ele parou o meu planeta!

Como uma coisinha tão pequena muda a rotina de jornalistas, médicos, doutores, professores e donas de casa. Não nos damos conta de que toda a nossa correria é para melhorar o “mundo” ou pelo menos a nossa rua, para que outras pessoas usufruam de um lugar melhor para se viver (por que a gente dificilmente consegue). Onde se possa apontar para as coisas, e tudo ser motivo para um bom diálogo, sem receios ou banalidades, um lugar quase perfeito, não fosse pela barata morta no canto do quarto – é o jogo da vida.
Pois bem, quando ele se cansou, saiu sozinho da cama e voltou para os braços da mãe, então reencontrei a página que havia parado e sai do meu mundo, e voltei, para uma realidade gritante e assustadora. Um Brasil tenebroso e real, de meninas perdidas na prostituição na região Amazônica.

quarta-feira, 3 de março de 2010

fotofobia


Eu ando,
De passos leves pra não acordar o dia.
Sou da noite,
A companhia mais fiel que ela queria...

Sou amante da escuridão, mas não por opção.
A luz me agride!
A claridade me machuca.
Sou sinistro!
Sou sinistro por natureza.

Os raios de sol são bons em épocas de verão, e são melhores ainda quando surgem no inverno. Mas eles não são pra mim.
A extensão do meu cérebro queima e, é só na calmaria do meu quarto escuro que eu me concentro.
Sozinho, não vejo nada e meus pensamentos voam como pássaros desgovernados.
Não há nada pra fazer.
Então espero.

terça-feira, 2 de março de 2010

CADA CABEÇA...


Na minha curta experiência como cabeleireiro (minha primeira profissão! Rsrs), pude perceber a dificuldade de ‘lidar’ com seres humanos. Entender o comportamento das pessoas, o que passa na cabeça de cada um, chega próximo de uma “missão impossível” - com direito a trilha sonora -.

E a situação vai além da dúvida sobre qual corte de cabelo escolher.
No salão, passa todo tipo de pessoa e diversas opiniões. Técnicos de futebol, economistas, políticos, comentaristas de novelas (?). E pobre do cabeleireiro se discordar deles.

Aprendemos muito mais conversando com as pessoas e observando-as ao mesmo tempo, é um exercício de paciência e detalhe e muito importante hoje, na minha atual profissão.

O homem se adapta pelas experiências ou ambiente em que vive, fazendo assim, uma construção do seu comportamento.
Cada aprendizado e até mesmo o tempo, interferem na cultura de cada um.

Para se conhecer, é preciso uma auto-avaliação, uma consulta de suas experiências, comportamento e influência. São situações que influenciam no grau de cultura. E só depois, tentar conhecer e analisar o outro.

O critico tem que saber mais que o criticado.