Como me preocupo com meus amigos! Não são muitos, penso até ser por isso mesmo.
Percebo em alguns deles a necessidade de falar: Falar do dia, do trabalho e novidades.
Carência afetiva mesmo. Não sei se deles ou minha, admito. Não nego nenhum pedido feito por eles.
Como me preocupo com essa gente!
Na sala de aula, ela tava quieta, sempre a observei, embora não dotada de boa estatura, ela consegue atrair a atenção. De calça rasgada – algo meio punk – cabelos loiros longos, com uma suave franja, ela rabiscava uma folha. Escrevia frases, falava com o papel e até ria sozinha. Percebi que, embora algo pequeno na esfera mundial de importâncias, para ela era um manuscrito mais que especial. Fiquei curioso e preocupado. Não pra saber o que escrevia, mas com a tamanha capacidade de se abrir com um papel e não com um amigo. Porém percebo que eu também sou assim e todos somos.
Nas estórias, contos ou histórias mesmo, ‘viajamos’, encontramos outro mundo, uma realidade impar capaz de nos isolar da realidade.
Ler é voar sem asas!
Fiquei à distância tentando imaginar aquele planeta inexplorado na mente da minha amiga. Quantas experiências em tão pouco tempo? E que capacidade de fazer da escrita e da leitura seus amigos inseparáveis! Bem faz ela, que se “afunda” nas leituras e escreve.
Não fosse por estes “loucos” e poetas escritores, em que mundo iria nos refugiar, para buscar respostas ou simplesmente exílio para quando o mundo nos cansar?
